Análise das interfaces usadas na performance

Synthrombone: Interfaces

A performance foi estruturada com o uso de 3 interfaces:

A primeira delas é um sintetizador granular feito a partir de uma placa de prototipagem Arduino. Ao substituir três potênciometros por três resistores dependentes de luz (LDRs), podemos então controlar o sintetizador a partir da iluminação do local onde ocorre a performance. Os sensores do Sintetizador controlam a frequência de repetição de cada grão e a frequência de repetição do conjunto de grãos.

Esses três sensores foram presos à campana do trombone e também à vara do trombone, dando ao músico um nível de controle desses sensores em relação à iluminação do ambiente. Em resumo, quanto mais luz incide nos sensores, mais baixa é a frequência resultante do sintetizador.

A segunda interface foi desenvolvida no SuperCollider (linguagem de programação musical). O código do SC usa duas entradas de uma placa de áudio externa e faz uma transformada de Fourier em ambas, para trabalhar no âmbito espectral dos sons. Na primeira entrada da placa de áudio é conectado um microfone preso à campana do trombone e na segunda entrada é conectada a saída de áudio do sintetizador granular. Uma vez feita a FFT (Fast Fourier Transform) é então feito um cálculo entre as magnitudes do trombone e do sintetizador onde o primeiro é dividido pelo segundo. O que cria um terceiro som resultante da interação entre dinâmicas de cada frequência dos dois instrumentos musicais. Após esse cálculo, é feito a inversão da FFT e enviado para as saídas de áudio o som resultante.

interface de áudio onde ocorre a transformada de fourier e o cálculo no âmbito espectral

A terceira interface foi desenvolvida em conjunto com o colega João Almeida, e surgiu do interesse do mesmo em controlar mais ativamente os sensores de luz presos ao trombone e conectados ao arduino. Para esta interface também utilizamos o supercollider que, apesar de ser uma plataforma de desenvolvimento musical e sonoro, é também uma poderosa ferramenta de desenvolvimento de gráficos e também usamos um projetor de imagem comum que se usa para ampliar telas de computadores.

Desenvolvemos um código onde pode se controlar dois círculos com controle de cor, tamanho e excentricidade do centro (criando formatos obilongos). O controle desses círculos é feito através do aplicativo mrmr para tablets e smartphones, onde pode se criar uma quarta interface de controle para esta interface de iluminação. 

A interface resultante dessa combinação é uma interface retroalimentada por impulsos internos e externos. 

A luz afeta o sintetizador e o músico, o sintetizador afeta a sonoridade do trombone, o músico é afetado pela troca de sonoridade do seu instrumento, e a sonoridade final dessa interação afeta o segundo músico, que está operando as luzes em tempo real.

Acho importante ressaltar que todos os softwares utilizados no desenvolvimento das interfaces são gratuitos para uso livre e rodam em sistemas computacionais de caráter livre e de baixo custo (como arduino e raspberry pi).

Print Screen da interface de controle feita usando o aplicativo mrmr